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A HISTÓRIA DA TERAPIA COGNITIVA

Aaron Beck, psicanalista e psiquiatra da Universidade de Pensilvânia, em 1956 iniciou experimentos com o objetivo de validar a teoria psicanalítica sobre a depressão. Na tentativa de localizar a configuração psicológica da depressão, desenvolveu uma psicoterapia breve que proporcionasse o alívio desta psicopatologia focal, através de princípios norteadores do modelo e da psicoterapia cognitiva que tem como pressuposto que ao longo do desenvolvimento humano, crenças acerca do “EU”, MUNDO e FUTURO são desenvolvidas e, na fase adulta, diante de eventos críticos (problemas), pensamentos automáticos ligados à essas crenças desenvolvidas, invadem a mente levando à emoções e comportamentos específicos que, por vezes, trazem conflitos nas relações com o outro, se transformando em padrões comportamentais, ou seja, o modo como o indivíduo funciona diante da vida, passa a ser sempre o mesmo – CICLO VICIANTE.

Durante observações clínicas e estudos experimentais, Aaron Beck encontrou evidências de que os pacientes deprimidos apresentavam uma tendência a evitar comportamentos evocadores de rejeição ou desaprovação em favor de respostas que evocavam aceitação.

As descrições dos pacientes sobre si mesmos e de suas experiências evidenciavam pensamentos e visões negativas de si mesmos, de suas experiências de vida, do mundo e do seu futuro. Beck deu a esses pensamentos o nome de “pensamento automático”, visto que não precisam ser motivados pelas pessoas para vir à tona. Esses pensamentos são o resultado da forma que o indivíduo interpreta as situações do dia-a-dia, ou seja, o que fica “gravado” como importante não é o que está acontecendo, mas a visão do indivíduo sobre aquele fato. Tais visões demonstram distorções cognitivas da realidade vivida.

A partir do aprofundamento da origem desses pensamentos automáticos, é possível chegar às crenças centrais do indivíduo, que são as idéias mais fixas e enraizadas, oriundas do processo de desenvolvimento, experiências e formação do individuo desde a infância, aceitas por eles como VERDADES absolutas.

As distorções cognitivas influenciam a resposta emocional, comportamental e fisiológica do indivíduo. Pessoas com transtornos psicológicos com freqüência interpretam erroneamente situações neutras ou até mesmo positivas. Portanto, seus pensamentos automáticos são tendenciosos.

Surge, então, o raciocínio teórico subjacente da terapia cognitiva de que o afeto e o comportamento de um indivíduo são amplamente determinados pelo modo como ele estrutura o mundo (cognições/pensamentos). A terapia cognitiva é uma abordagem estruturada, orientada para o presente, diretiva, ativa e breve, direcionada para resolver os problemas atuais e modificar os pensamentos e comportamentos disfuncionais.

Uma das técnicas iniciais da terapia cognitiva consiste em identificar, testar a realidade e corrigir as conceituações distorcidas e crenças disfuncionais, substituindo-as por outras crenças e idéias que possibilitem ao individuo experimentar novos comportamentos e emoções menos prejudiciais a ele mesmo e, como conseqüência, aos outros. As técnicas para corrigir as distorções utilizam a aplicação da lógica e de regras de evidência e experimentos reais para testar as crenças errôneas ou exageradamente negativas, buscando o ajustamento de informações à realidade.

Através da psicoterapia cognitiva o indivíduo aprende a dominar problemas e situações vistas como insuportáveis. As alterações do conteúdo das estruturas cognitivas modificam o estado afetivo e o padrão comportamental.

A Terapia Cognitiva, então, OBJETIVA a RE-SIGNIFICAÇÃO

Desde o início da década de 60, Beck e outros colaboradores vem adaptando essa terapia, desenvolvida inicialmente para o tratamento da depressão, para um conjunto diverso de população e desordens psiquiátricas, com resultados positivos amplamente observáveis, empiricamente.

Referências:

BECK, Aaron e col. TERAPIA COGNITIVA DA DEPRESSÃO. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

BECK, Judith. TERAPIA COGNITIVA: TEORIA E PRÁTICA. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.


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